sexta-feira, 7 de maio de 2010

Acidente de aeronave faz dois feridos ligeiros


Uma “pequena discrepância comunicacional” terá estado na origem do acidente de uma aeronave, ontem à tarde, no aeródromo Gonçalves Lobato, em Viseu, que resultou em ferimentos ligeiros nos dois ocupantes do Cessna F150L.
O director do aeródromo municipal, José Campos, explicou ao Diário de Viseu que o piloto da aeronave, que vinha de Leiria, ao aproximar-se da pista e numa altura em que estava quase a tocar o solo, apercebeu-se da presença de outra aeronave - da Academia Aeronáutica de Évora – na pista.
O responsável adiantou que o piloto de Leiria evitou o embate, tentando subir novamente e “meteu motor”, só que “entrou em perda” por já estar demasiado baixo e com velocidade reduzida. Durante a manobra, a hélice terá embatido no solo, o que resultou no capotamento da aeronave.
José Campos adiantou que, de acordo com pelo menos uma testemunha ocular que viu parte do acidente, as duas aeronaves não chegaram a colidir. Quanto às vítimas, referiu que os dois homens, de 37 e 39 anos, sofreram apenas “pequenos ferimentos”, apresentando escoriações ligeiras. Ambos saíram pelas suas mãos da cabine e foram depois encaminhados para o hangar do Aero Clube de Viseu, onde aguardaram pela chegada das ambulâncias que os transportaram para o Hospital de S. Teotónio de Viseu.
O piloto da aeronave da Academia Aeronáutica de Évora está a tirar o curso de pilotagem, fazendo parte da aprendizagem a realização de voos para outros aeródromos. Em declarações ao Diário de Viseu, o jovem de nacionalidade holandesa adiantou que ainda estava em choque, tendo em conta o que tinha acontecido, remetendo para a Academia qualquer tipo de esclarecimento sobre o sucedido.
Um especialista em aeronáutica admitiu a possibilidade de o piloto de Leiria ter entrado em pânico, já que poderia ter aterrado ao lado da pista, evitando a colisão ao mesmo tempo que aterrava em segurança.
O director do aeródromo Gonçalves Lobato disse que os procedimentos habituais na aterragem são “reduzir a velocidade, começar a descer o avião dentro das velocidades permitidas, mas antes disso aperceber-se se há ou não há tráfico na zona”, através de comunicações.
A aeronave tem de avisar a torre de controlo, “fazendo uma comunicação, para que todas as outras aeronaves que andem nas redondezas se apercebam da aproximação dessa aeronave”. “Coisa que eles terão feito, mas, entretanto, provavelmente, não se terão apercebido da aproximação da outra aeronave, porque a pista tem uma pequena lomba”, afirmou, admitindo que a causa do acidente terá sido “a falta de visibilidade”, conjugada com “uma pequena discrepância comunicacional”.
O acidente será agora investigado pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves, organismo adstrito ao Instituto Nacional de Aviação Civil.
O aeródromo de Viseu, que tem uma pista com dois sentidos, é, “a seguir ao de Faro, o que maior número de horas anuais de sol tem”, sendo por isso procurado para instrução, segundo José Campos, especialmente nesta altura do ano, prolongando-se até ao fim do Verão.
(Diário de Viseu)

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