INEM: Enfermeiros e técnicos de emergência em guerra aberta

Enfermeiros rejeitam ideia de técnicos de emergência com funções semelhantes aos paramédicos

O pré-aviso de greve dos enfermeiros do INEM reacendeu a polémica entre estes e os técnicos de ambulância de emergência, que esperam a criação de uma carreira em Maio, com formação e funções alargadas - semelhante à dos paramédicos norte-americanos. O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) decretou greve para 25 de Fevereiro devido à instabilidade vivida pelos profissionais que trabalham nas ambulâncias de suporte imediato de vida. São funcionários de hospitais e estão colocados em regime de mobilidade no INEM, mas não sabem se vão manter o lugar. "Muitos voltaram aos hospitais, que estão a reequacionar os quadros. O INEM e o Ministério da Saúde têm de definir de uma vez o que querem para o INEM", disse ao i o secretário-geral do SEP, José Carlos Martins. No INEM trabalham mais de 150 enfermeiros, 16 a recibo verde. "Dada a falta de pessoal, muitos fazem horas extra", diz, acrescentando que o instituto quer "alargar os contratos de trabalho temporário" a enfermeiros que já estão no INEM.No pré-aviso, os enfermeiros denunciam que o INEM quer substituí-los por técnicos de emergência. "Não estamos contra a carreira, mas contra o alargamento de funções. Mesmo por delegação médica, os técnicos passam a ter funções que são de enfermeiros e podem dar medicação em caso de risco de vida", refere José Carlos Martins. As críticas criaram forte contestação. "Não queremos afastar os enfermeiros do INEM. Queremos uma carreira com mais formação e o INEM, a Ordem dos Médicos e o Ministério da Saúde já deram pareceres favoráveis. Os enfermeiros são os únicos que estão contra", disse ao i Ricardo Rocha, presidente do sindicato dos técnicos. O dirigente sublinha que os técnicos apenas irão trabalhar por delegação médica e frequentar "cursos de 1500 horas" para melhorar "a qualidade do serviço". José Carlos Martins, no entanto, defende que o "governo devia ordenar a abertura de um concurso para integrar os enfermeiros no quadro" do instituto e reforçar os meios nas ambulâncias de suporte imediato de vida. O i contactou o INEM, mas nenhum responsável estava disponível para prestar declarações.

Fonte:ionline